REPARAÇÃO INTEGRAL - Aedas promove encontro de mulheres atingidas

REPARAÇÃO INTEGRAL - Aedas promove encontro  de mulheres atingidas
Foto: Divulgação Aedas
REPARAÇÃO INTEGRAL - Aedas promove encontro  de mulheres atingidas
REPARAÇÃO INTEGRAL - Aedas promove encontro  de mulheres atingidas
REPARAÇÃO INTEGRAL - Aedas promove encontro  de mulheres atingidas

Perda de renda, danos à saúde mental, impossibilidade de empreender, danos à moradia, memória afetiva e lazer são algumas das perdas relatadas pelas mulheres atingidas pelo acionamento do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da ArcelorMittal em Itatiaiuçu.

Na última semana, dia 16 de maio, a Assessoria Técnica Independente da Aedas promoveu o 1º Encontro de Mulheres na Liderança, com o objetivo de promover um espaço de troca para essas mulheres que, hoje, são líderes e coordenadoras do Grupo de Base de suas comunidades e lutam por uma reparação justa e integral. 

Durante a reunião, as participantes relataram as principais queixas, que vem sendo acompanhadas desde o início do trabalho da Assessoria Técnica. Conforme divulgado pela Aedas, as mulheres contaram que, depois do acionamento, teve um aumento do trabalho doméstico, da violência, da insegurança nas comunidades e fortes danos à saúde física e mental. O medo, por exemplo, é mais um companheiro no dia a dia das mulheres das comunidades de Vieiras, Lagoa das Flores e Pinheiros. Foi com objetivo de promover um espaço de escuta e troca que o encontro foi idealizado.

Ainda durante o encontro, foi apresentado o projeto Arpilleras, promovido pelo Movimento por Atingidos por Barragem (MAB) e que foi inspirado na técnica de costura popular, usada por mulheres chilenas para denunciar os abusos de direitos humanos sofridos por elas e seus familiares durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). 

Segundo explicado pela Aedas, nos próximos meses, o objetivo é que os encontros sejam promovidos com o trabalho da costura e do bordado. A ideia é que as atingidas encontrem na iniciativa das Arpilleras um lugar de acolhimento e partilha dos sonhos.

Com um espaço seguro para dividir seus sentimentos, algumas mulheres atingidas se sentiram à vontade para expressar suas dores e suas impressões sobre as peças das Arpilleras ali expostas. “Conhecemos um pedacinho de outras atingidas, de outros lugares. Suas dores são parecidas com a nossa, com a de nossas comunidades. Elas desenharam num bordado sobre a vidas delas e ali vi muita emoção”, dividiu uma das atingidas.

“Unidas por uma dor” é a forma que a atingida e representante do MAB, Laíssa Gomes de Miranda, definiu o projeto Arpilleras. “O que tem ressignificado a dor? É transformar ela em luta. É trazer os sentimentos que as mulheres têm no individual e trazer para o coletivo na luta. As Arpilleras vêm para fortalecer a luta das mulheres. Esse é o objetivo da ferramenta, é trazer mais mulheres pra luta, unidas.”, explicou Laíssa. (Com informações da Aedas)