OMS declara mpox como emergência

OMS declara mpox como emergência

A declaração de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à mpox, conhecida como “varíola dos macacos”, acendeu um alerta em todos os estados brasileiros, incluindo o setor de saúde de Minas Gerais. As informações da OMS são de que a linhagem atual do vírus é mais letal e pode chegar ao Brasil. 

O estado já registrou 49 casos da doença, quase o mesmo número de casos confirmados do que os contabilizados em todo o ano de 2023, quando foram registrados 48 casos e uma morte. Cerca de 44 casos estão concentrados na capital mineira. Em todo o país, já foram registrados 709 casos.

No dia 15, o Ministério da Saúde anunciou que está negociando a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), e que a priorização da imunização seria em pessoas com maior risco de evolução da doença, como aquelas que vivem com HIV/aids, profissionais que trabalham diretamente com Orthopoxvírus e pacientes que tiveram contato direto com pessoas suspeitas ou confirmadas para a doença.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que médicos brasileiros estejam atentos a pacientes que apresentem sinais e sintomas de mpox, comunicando possíveis casos à vigilância sanitária para monitoramento e, se necessário, encaminhamento para receber os cuidados devidos. 

A entidade também alertou sobre o risco de infecção no país ser baixo. “Apesar da declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) para a mpox, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o CFM entende que, até o momento e, de acordo com o Ministério da Saúde, o risco de contaminação no Brasil é baixo, estando a situação sob controle”, diz a entidade, em nota. 

Sintomas

Os sintomas mais comuns da doença são febres, dores no corpo e na cabeça, cansaço, gânglios aumentados, erupções cutâneas, calafrio e fraqueza. As lesões do corpo causam dores e coceira e algumas manchas podem deixar cicatrizes. O período de incubação sem sintomas costuma durar de seis a 13 dias, mas pode chegar até 21 dias. Pacientes com a confirmação do diagnóstico de mpox devem se isolar e quem esteve em contato com essas pessoas também precisa de monitoramento.

Estudos

Pesquisadores do Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já estudam o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a mpox. Conforme divulgado, no momento, o grupo estuda o aumento de produção, com o objetivo de ampliar a capacidade de fabricação das doses, como obtenção de mais matéria-prima para atender uma demanda em grande escala.

Até agora, existem duas vacinas disponíveis para a doença, a ACAM 2000, que tem várias contraindicações e mais efeitos colaterais por ter o vírus vivo em sua composição e, por isso, é menos segura; e a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, que contém o vírus atenuado, recomendada para adultos maiores de 18 anos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV.