Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica

Empresa começou a operar sem alvará de funcionamento e licenciamento ambiental. Secretaria de Meio Ambiente deu prazo de 10 dias para o envio de documentação

Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica
Foto: Enviada por leitores da FOLHA
Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica
Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica
Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica
Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica
Moradores denunciam “pó preto” de siderúrgica

Mais uma vez, as atividades siderúrgicas são um problema na cidade. Moradores do Bairro Robert Kennedy e região voltaram a denunciar altos índices de poluição e excesso de partículas liberadas no ar pelas chaminés da Siderúrgica Insibras, que iniciou suas operações na quinta-feira, 15 de agosto.

Conforme denúncia recebida pela reportagem da FOLHA, a história é a mesma da Siderurgia São Jorge, que gerou insatisfação dos moradores da região nos últimos anos na cidade até ter suas atividades paralisadas em setembro de 2023.

Na época, a São Jorge Siderurgia divulgou nota à comunidade informando que a paralisação se deu em razão do contexto econômico, como queda acentuada nos preços dos produtos e custos de produção.

Agora, quase um ano depois, a nova empresa iniciou os trabalhos siderúrgicos em desconformidade com a legislação ambiental, sem a titularidade da licença ambiental e sem alvará de funcionamento do Município.

Com poucos dias de funcionamento, as atividades já geram transtornos aos moradores, que têm reclamado do “pó preto”, poluição de carvão, que tomou conta das residências, comércios, carros e até dos bancos de uma praça da região, como mostram as imagens. 

A poluição prejudica a qualidade de vida da população do entorno, como a limpeza e higiene do local, além da saúde da comunidade, gerando problemas respiratórios, como asma e bronquite. 

Fiscalização

A reclamação recorrente provocou a fiscalização por parte da administração municipal. A Secretaria de Meio Ambiente foi até o local para realizar vistoria e notificação na segunda-feira, 19, que constatou a falta de alvará de funcionamento e licença ambiental.

A empresa recebeu o prazo de até 10 dias para apresentar a documentação e outras informações necessárias para o licenciamento, mas, como detalhou Lucas Andrade, secretário de Meio Ambiente, a empresa alega que está em fase de teste dos maquinários e que o empreendimento não está funcionando.

Após a vistoria, na terça-feira, dia 20, a Secretaria realizou uma reunião com os proprietários da empresa, que firmaram o compromisso de cumprir com o prazo estipulado. A notificação exige que a empresa encaminhe um estudo para constatar se as partículas de carvão que estão sendo emitidas pela chaminé estão nos parâmetros mínimos exigidos em legislação, sendo possível quantificar qual o nível de afetação aos moradores da cidade. “Através desse dado, a gente vai conseguir informar com mais clareza se a quantidade de partículas no ar é aceitável e se estão afetando a saúde humana”, esclareceu o Secretário.

Caso o prazo seja descumprido, a administração tem o direito de embargar o empreendimento e notificar o Estado, gerando responsabilização, que pode acarretar multa e até prisão. No momento, a Secretaria aguarda o direito de resposta da empresa.