DEFESA DOS ANIMAIS - Meio Ambiente e Zoonoses discutem bem-estar animal
Seminário realizado pelo MPMG debate políticas públicas sobre pessoas em situação de acumulação de animais
Redação Folha do Povo 
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Departamento de Zoonoses, participou do Seminário “Cães e Gatos em áreas urbanas: desafios contemporâneos”. promovido pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), na última semana, 21 de maio.
Durante todo o dia, foram discutidos os desafios atuais em relação aos manejos, cuidados, ações e enfrentamentos no serviço de castração, maus tratos, e em relação aos acumuladores de cães e gatos. Foram apresentadas legislações em vigor e as que estão em construção, além de discutir os desafios que a gestão pública enfrenta em relação a estes temas.
Conforme divulgado pela administração municipal, a participação no seminário foi crucial para a atualização de conhecimentos, troca de experiências, fortalecimento de parcerias, sensibilização sobre a posse responsável de animais e desenvolvimento de políticas públicas eficazes.
Acumulação de animais
Entre as pautas discutidas, o evento refletiu sobre a acumulação de animais, que é uma realidade complexa nas áreas urbanas brasileiras e que exige políticas públicas transversais. A criação de cães, gatos e outras espécies em locais caóticos, com privação de liberdade e falta de tratamento adequado para os bichos geram problemas sociais, além de atrair doenças e riscos estruturais aos imóveis onde acontece a situação. Essa foi a tese defendida por estudiosos, protetores e promotores de Justiça.
“A gente não consegue solucionar nenhum problema de saúde se não levar em consideração que está tudo conectado: a saúde das pessoas, a saúde dos animais e a saúde do meio ambiente onde todos estão inseridos”, explicou a professora de epidemiologia e saúde pública da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Danielle Ferreira de Magalhães Soares. Durante o encontro, a professora apresentou o perfil comum de acumuladores, que são, em geral, mulheres acima de 60 anos, com escolaridade média e histórico de traumas severos como agressões, perda de parentes queridos ou doenças graves.
Com isso, a professora ressalta que o problema exige atuação conjunta entre diversos setores, que vão da assistência social às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além de um departamento específico de defesa animal, que precisa ser instituído pelas prefeituras.
A professora salientou que o ideal é adequar e limpar os locais de acumulação, com tratamento dos animais, instalação de canis e gatis, separação por sexo e castração de machos e fêmeas. Após a atuação imediata, é preciso prestar assistência e acolher psicologicamente a pessoa acumuladora para evitar que a situação volte a acontecer. (Com informações do Ministério Público)
