CONTRA A DENGUE - Saúde se prepara para próximo período sazonal das arboviroses

Itatiaiuçu já registrou 2.335 casos de dengue. Minas Gerais soma mais de 1 milhão de casos e mais de 900 óbitos

CONTRA A DENGUE - Saúde se prepara para próximo período sazonal das arboviroses

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já está se organizando para o próximo período sazonal das arboviroses, que se inicia em novembro e vai até maio. Conforme divulgado, o Governo de Minas vai investir R$163 milhões em recursos estaduais para as ações de enfrentamento a essas doenças. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, durante entrevista coletiva realizada na última quarta-feira, 7 de agosto. 

Durante o período de chuvas e calor intenso, é propícia a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, visto que o mosquito se desenvolve em condições quentes e úmidas. Essa época também é a ideal para que o mosquito pólvora (ou maruim), que transmite a febre oropouche, doença diagnosticada pela primeira vez no estado em 2024, se prolifere.

“Vivemos, em 2024, o pior ano da nossa história de casos arboviroses, com mais de 1,6 milhão de casos. Não podemos esquecer que os ovos do Aedes estão depositados em diversos locais e, logo, logo já volta a chover. Então cada cidadão mineiro precisa fazer sua parte e limpar os reservatórios passíveis de ter água parada, como pratos de plantas, calhas e ralos, para quando chegar a água não ter nenhum ovo ali próximo de ecodir”, alertou o secretário.

“Já a febre oropouche é uma doença causada por um outro mosquito, o maruim, e que está nos preocupando, porque já temos mais de cem casos confirmados em Minas. Esse transmissor tem vínculo com locais com acúmulo de matéria orgânica, folhas ou bananeiras. Então precisamos redobrar os cuidados”, explicou Fábio Baccheretti. 

Investimentos

Do total que será investido, R$120 milhões se referem a custeio livre para que os municípios planejem as ações em nível de cada território, sendo R$90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$30 milhões nos primeiros meses de 2025. Os recursos poderão ser utilizados ainda no enfrentamento às doenças transmissíveis agudas causadas por vírus respiratórios, que também são caracterizadas como emergência em saúde pública. 

Cerca R$28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de Ultrabaixo Volume (fumacê), como estratégia de combate ao vetor. Outros R$15 milhões são para a continuidade dos trabalhos dos drones, estratégia inovadora que pretende mapear os locais com água parada e, em situações em que o Agente de Combate a Endemias tenha dificuldade de acesso, o veículo aéreo não tripulado (Vant) poderá fazer uso do larvicida, eliminando focos do Aedes aegypti.

Ainda conforme a SES, nos próximos meses, serão promovidas capacitações de manejo clínico das arboviroses aos profissionais de saúde dos municípios sede das microrregionais, unidades regionais de saúde (URS) e nível central da Secretaria.  

Panorama

Até o dia 8 de agosto de 2024, foram notificados 1.698.328 casos prováveis de dengue no estado, dos quais 1.130.343 foram confirmados. Há 575 óbitos em investigação e 903 confirmados. Quanto à chikungunya, foram notificados 156.728 casos, sendo 125.904 confirmados. Há 36 óbitos em investigação e 95 confirmados. Há 227 casos prováveis de zika e 43 confirmados. 

Desse total, 2.474 casos prováveis de dengue foram identificados em Itatiaiuçu, com 2.335 casos confirmados e 1 óbito ainda em investigação. Também foram confirmados outros 2 casos de chikungunya e 8 casos prováveis. Não há casos de zika.

Com relação à febre amarela, em Minas Gerais foi registrado apenas um caso da doença, em 2024, que evoluiu para óbito. Essa é uma doença infecciosa grave, que pode levar a óbito até 50% dos pacientes.

Já a febre oropouche, diagnosticada pela primeira vez no estado em 2024, foram identificados, até o momento, 147 casos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), pela técnica RT-PCR. Outros três casos foram confirmados pelo Lacen-MG, de moradores do município de Botuverá, em Santa Catarina.

Vacinação

A Secretaria de Saúde reforça a importância de manter o cartão de vacinas em dia para prevenir formas graves e óbitos de várias doenças imunopreveníveis, incluindo a dengue e a febre amarela. 

A vacina contra a dengue está disponível apenas em algumas cidades para crianças com idade entre 10 e 14 anos. Até o dia 6 de agosto, 73% das doses distribuídas no estado foram aplicadas. Itatiaiuçu ainda não recebeu o imunizante.

A cobertura vacinal da febre amarela em 2024 é de 70,7%. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%. A vacina é destinada a todas as crianças de até um ano, com reforço aplicado aos quatro anos. As pessoas de cinco a 59 anos que tenham tomado apenas uma dose da vacina ou nenhuma dose podem procurar a unidade de saúde para se imunizar.