Congados e reinados reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial

Em 2021, Iepha recebeu mais de 900 cadastros de guardas ou ternos de reinados e congados do estado

Congados e reinados reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial
Foto: Reprodução Arquivo/Prefeitura de Itatiaiuçu 2022

A cultura mineira conquistou um novo marco para a sua história. O Governo de Minas reconheceu os congados e reinados de Minas Gerais como Patrimônio Cultural Imaterial do estado. O anúncio foi realizado durante o Festival Cozinha das Afromineiridades, no Palácio da Liberdade, que valoriza expressões culturais que compõem a história do povo mineiro.

Conforme divulgado pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult-MG), o resultado é fruto de trabalho coletivo, apresentado e reconhecido por votação em reunião do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). O Conselho fez a deliberação do tema fundamental para a salvaguarda, preservação e promoção dessas tradições populares, acompanhada pela comunidade de congadeiros, com os cantos, tambores e indumentárias únicas.

Desde 2021, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) trabalha na catalogação e pesquisa dessas expressões culturais para a produção do dossiê, e recebeu mais de 900 cadastros de guardas ou ternos de reinados e congados de Minas Gerais. 

As manifestações carregadas de sincretismo religioso, unindo a fé cristã às memórias das culturas africanas, agora fazem parte do acervo cultural mineiro, sendo o décimo bem cultural imaterial reconhecido pelo Estado.

O certificado foi entregue à Rainha Belinha, Rainha Conga do Estado Maior de Minas Gerais e da Guarda de Moçambique. Durante o evento, foi realizado um cortejo pela Praça da Liberdade até o Palácio da Liberdade, onde os congadeiros ergueram a bandeira de Nossa Senhora do Rosário.

“Nossos congadeiros preservam a noção e a memória de suas origens, e carregam em suas famílias a orientação de para onde eles vão. Que Minas Gerais continue sendo o berço da inovação a partir da tradição, e que as congadas continuem sendo parte central de Minas, onde religiosidade, cultura, turismo e tradição forjam os mineiros mais fortes do que nosso ferro e mais valorosos do que nosso ouro”, disse o vice-governador de Minas, Mateus Simões.

O secretário Leônidas de Oliveira destacou que “este Palácio que leva o nome de Liberdade hoje está mais livre com o reconhecimento dessa tradição, que se confunde com a formação histórica e cultural de Minas Gerais, com relatos que datam de mais de 300 anos atrás”.

Durante a cerimônia, também foi exibida a bandeira de ferro fundido de Ouro Preto, que possui mais de 200 anos. Produzida com técnicas africanas, a bandeira foi encontrada na Capela de Nossa Senhora das Necessidades, em 2020.