ATINGIDOS DE ITATIAIUÇU - Aedas discute balanço das negociações individuais

Negociações individuais foram realizadas de outubro de 2021 até junho de 2024. Já as negociações do TAC 2, que orienta a reparação coletiva, estão em andamento

ATINGIDOS DE ITATIAIUÇU - Aedas discute balanço das negociações individuais
Foto: Divulgação Aedas




Na última semana, os atingidos pelo Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da ArcelorMittal, em Itatiaiuçu, participaram de uma Assembleia para discutir o balanço das negociações individuais e do Primeiro Termo de Acordo Complementar (TAC 1), finalizadas em junho deste ano.

Durante o encontro, a Assessoria Técnica Independente da Aedas mostrou um gráfico comparando as indenizações pedidas pelos(as) atingidos(as) e as que foram reconhecidas pela mineradora no processo de negociação do TAC 1, e outro gráfico que faz um comparativo por tipo de dano, como os danos à renda, danos aos imóveis, danos à saúde e outros danos morais. 

De acordo com o levantamento, o dano que foi menos reconhecido foi o dano à renda. Já em relação à desvalorização dos imóveis, a ArcelorMittal não reconheceu nenhum caso, mesmo havendo previsão de reivindicação desse dano em uma cláusula no TAC 1.

Durante o encontro, os atingidos também puderam tirar dúvidas sobre a prestação mensal e trazer atualizações sobre o andamento das negociações do Segundo Termo Complementar (TAC 2), que orienta a reparação coletiva.

Participação popular

A Assembleia contou com a participação de diversos atingidos, como o morador e membro da Comissão, David Fonseca, que lembrou como foi a construção do Primeiro Termo de Acordo Complementar: “o TAC 1 é sobre danos individuais, foi realizado um longo trabalho para ter a reparação. No geral, a gente considera que o TAC 1 foi positivo”. 

A coordenadora geral da Aedas, Amanda Drummond, também relembrou a vitória, depois de muita luta, das comunidades atingidas pela inclusão de novas pessoas para receber a prestação mensal. “No início somente as famílias da ZAS recebiam a prestação mensal, as comunidades atingidas lutaram e reivindicaram que outras pessoas atingidas deviam receber também. No TAC 1, ficou acordado que todas as famílias cadastradas pela Aedas e as famílias residentes no raio de 1 KM da ZAS, na data do acionamento, também deviam receber. E por fim, em 2024, houve uma nova ampliação vinda com o Aditivo do TAP 2.  Foram incluídos 143 novos núcleos familiares para receber a prestação mensal”, finalizou.

Negociações continuam

A luta das comunidades continua nas negociações do Segundo Termo de Acordo Complementar (TAC 2), que é voltado para negociações coletivas. 

De acordo com Patrícia Odione, da Comissão de Atingidos, o TAC 2 é um sonho para as comunidades. “O TAC 2 é um sonho palpável e depende de nós para se tornar realidade. Fazer com que as comunidades sejam protagonistas no TAC 2 é um desafio, mas o mais difícil nós já conseguimos, que são os 215 milhões. Então, neste momento, nós precisamos de assinar o TAC 2, porque já chegamos até aqui. Lutamos no TAC 1, nas negociações individuais, na prestação mensal. Não podemos deixar, de forma alguma, de ser protagonistas disso”, reforçou a atingida.

As negociações individuais foram realizadas de outubro de 2021 até junho de 2024. A Aedas cadastrou e assessorou 1.145 famílias atingidas, com um total de mais de 4 mil pessoas acompanhadas pela Assessoria Técnica. Das famílias acompanhadas pela Aedas, 936 (81,75%) assinaram acordo de indenização com a empresa e 209 famílias (18,25%) não assinaram acordo.